quarta-feira, 2 de julho de 2008

Por vezes também são:


Saudades de morte que me dizem ao ouvido: Não esperes que volte!

Lembro-me assim de uma terra que hoje e no futuro apenas o era...

Saudade do ser criança e de correr todos os dias numa terra pura e franca.

Diariamente estava sentado, encostado ao granito antiquado, olhava despreocupado para o jovem envergonhado, que por mim passava com o gado.

Romaria todos os dias. Procissão com devoção. Uma fé que irradia, um amor, um povo, uma nação.

E os idosos todos de negro, que ao domingo passavam, deixaram de me meter medo, quando o terço rezavam.

E a nobre e valente, mulher deste meu Minho, ela manda mas também consente, com ouro no peito e brinco.

Um cordão de ouro, um brinco à rainha, história e tesouro, a herança de uma família.

Recordações surgem-me de noite e de dia, daquelas escaldantes noites de verão, onde a concertina ria, e a família cantava em união.

Ó terra, minha terra! Rica e formosa! O quão bela esta era, esta tão desgostosa!

Há tão poucos anos, abria a janela, reluzias como um lenço branco, numa paisagem pura e singela.

Via as lindas árvores altas, que enrolavam as belas vinhas, naqueles dias eram formosas campainhas, os graciosos proferidos TORNAS!

Saudade das simples brincadeiras, da excitação de encontrar um ninho, assaltar as fruteiras, de noite ir tocar o sino.

Nos valados os morangos, nas árvores as castanhas, uns ou outros tantos, são de quem as apanha!

Saudade de ouvir, ver e escutar, a natureza a sorrir, e a terra a partilhar.

Marcadas na minha mente, gravadas no meu coração, o sentimento não mente, ainda te amo com paixão.

São saudades, lágrimas e medo, a ansiedade aponta-me o dedo, quando ou já esta terra ceder, meu coração com ela há-de morrer!

Tanto nos deu ela, sem nada em troca pedir! Esquecemos-nos sem cautela, do quanto ela nos faz sentir.

Saudade de uma terra, que piso todos os dias, já não a vejo.. PUDERA!! Parecem-me terras baldias.

Chora chora, chora minha linda, que este choro é bom de chorar, chora chora, chora mas não findas, que de ti hei de me lembrar!

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