domingo, 1 de junho de 2008

Tempo, dias, minutos e horas!




Deus guarda as horas
O tempo vai passando e a eternidade vai chegando
O relógio marca as horas
Tu contas as horas




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Este texto é acerca da gnómica.

Não, isso não é nenhuma ciência do paranormal que procura os gnomos que vivem escondidos nos carvalhais encantados.

Gnómica vem do grego gnómon "o que indica".

O sol sempre foi um aliado dos povos de todo o mundo. Através dele até na pré-história conseguíamos com a maior precisão saber que hora era e em que estação estávamos.

O sol não é mentiroso e não se deixa subornar por interesses práticos. Através do sol sabemos que horas são e não as horas que convem que sejam. O sol não nos diz que hora é em cada país. O Sol diz-nos que hora é em cada região, cidade, aldeia.

O sol consegue-nos dizer que no mesmo momento, cada local no mundo é único pois tem uma hora só para si.

A implantação da republica (1912) acabou com o papel dos relógios solares da mesma forma como aniquilou a verdadeira bandeira de Portugal (material para outra história). De facto, quando a república começou a implantar as suas raízes, uma das primeiras medidas foi aderir à hora internacional de Greenwich.

O sol passava de um dia para o outro de, pedra basilar do ciclo de vida do povo, para um ingénuo ser da constelação que não consegue adaptar-se ao novo super ser humano. Um ser humano que decide ele mesmo que horas são.

O sol hoje, e para todos os efeitos, é mentiroso!

Podem observar no Minho centenas destes mostradores em ruínas. Estes que durante tanto tempo marcaram as orações dos fervorosos católicos Nortenhos.

A maior concentração destes modestos mas não menos nostálgicos elementos arquitectónicos nesta terra atlântica justifica-se pela ausência de domínio Mouro e por uma muito menor influencia do judaísmo.

Para os católicos era importante os ritmos de oração, as horas a que as efectuavam e o tempo que duravam. Esta rigidez implementou nas autoridades monásticas a necessidade de regular e medir o tempo mais do que em qualquer outra terra deste novo território a que chamavam Portugal.

Olhem hoje para as igrejas, casas senhoriais, palacetes e até à entrada de casas antigas, quintas abandonadas etc. Quase invariavelmente lá está um relógio solar. Aprendam a apreciá-los pela sua beleza e importância crucial na vida das pessoas que vieram a dar-nos a nossa.

Os relógios solares são para mim o emblema máximo de uma das mais importantes virtudes do ser humano:

A honestidade!




1 comentário:

Elaneobrigo disse...

Simplesmente fantástico;)